Frutas do Cerrado: os sabores exóticos de Bonito e região

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Frutas do Cerrado: os sabores exóticos de Bonito e região

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As frutas do Cerrado representam um verdadeiro tesouro gastronômico e nutricional, resultado de adaptações únicas ao clima seco e solos ácidos do bioma de Bonito

Em Bonito (MS) e região, espécies como guavira, pequi e araticum destacam-se não apenas pelo sabor exótico, mas também pelas propriedades funcionais que beneficiam a saúde. 

Neste artigo, você descobrirá quais são as principais frutas do Cerrado disponíveis na região, como identificá-las, quando e onde encontrá-las, além disso, aprenderá maneiras criativas de prepará-las, sempre respeitando práticas de conservação e uso sustentável.

Quais são as frutas do cerrado em Bonito e região?

As principais frutas do cerrado goiano incluem guavira, pequi e araticum, cada uma com características organolépticas distintas e aplicações culinárias versáteis. 

Então, essas espécies se desenvolveram em condições de baixa pluviometria e altas temperaturas, adquirindo polpas ricas em antioxidantes e sabores marcantes. 

A guavira (Eugenia signata) apresenta polpa doce e suculenta, ideal para sucos e geleias. O pequi (Caryocar brasiliense) exibe aroma intenso e polpa oleosa, muito usado em pratos típicos goianos e mineiros. 

Já o araticum (Annona crassiflora) oferece sabor levemente ácido e textura cremosa, assim perfeito para sorvetes e doces regionais. Essas três frutas são símbolos da biodiversidade do Cerrado e exemplos de como o consumo local valoriza as comunidades tradicionais.

Guavira (Eugenia signata)

A guavira cresce em arbustos espalhados por veredas e áreas de campo sujo, produzindo frutos arredondados com casca fina e polpa amarelada. Dessa forma, a fruta atinge o ponto ideal de colheita quando cede levemente à pressão dos dedos e exala aroma doce. 

Com alto teor de vitamina C, a guavira combate radicais livres e fortalece o sistema imunológico, além disso, contribui para a hidratação corporal em dias quentes.

Pequi (Caryocar brasiliense)

O pequi destaca-se pela casca espessa e pelos espinhos protetores que envolvem o caroço; sua polpa amarela e oleosa é rica em carotenoides, que atuam como poderosos antioxidantes. 

Em Bonito, é comum encontrar receitas de arroz com pequi e escondidinho, onde o sabor marcante da fruta realça o prato. Mas, o consumo requer cuidado ao retirar a polpa do caroço, evitando contato com espinhos.

Araticum (Annona crassiflora)

O araticum ou marolo produz frutos grandes e ovais, com casca verde-amarelada e interior cremoso. Então, pela textura macia e sabor agridoce, o araticum se presta a sorvetes artesanais, licores e doces de corte. 

É rico em fibras e vitaminas do complexo B, assim auxiliando no bom funcionamento intestinal e na energia celular.

Como identificar e diferenciar cada fruta?

Você identifica cada fruta do Cerrado pela cor, tamanho, formato, textura da polpa e aroma característico.  Então, mesmo que tenha 20 frutas do cerrado, conseguirá separá-las.

A guavira ocorre em frutos de 2 a 3 cm de diâmetro, de cor amarelada intensa e casca lisa; já o pequi alcança até 5 cm, possui casca verde-amarelada e pelinhos espinhosos ao redor do caroço. 

O araticum diferencia-se pelo tamanho maior (até 15 cm), casca rugosa e polpa branca-amarelada. 

Além disso, o aroma adocicado da guavira contrasta com o perfume forte e levemente almiscarado do pequi, enquanto o araticum exala notas cítricas e florais. Portanto, esses elementos sensoriais são essenciais para escolher o fruto no ponto ideal de consumo.

Cor, tamanho e formato

A seguir, veja uma diferenciação dessas frutas considerando a cor, bem como, tamanho e formato.

  • guavira: frutos pequenos, redondos, cor amarelo-ouro;
  • pequi: médios, arredondados, casca amarela-esverdeada com espinhos;
  • araticum: grandes, ovais, casca esverdeada com rugosidades.

Essas características permitem distinguir rapidamente cada espécie em feiras ou ao recolhê-las na natureza.

Textura e aroma

A polpa da guavira é macia e suculenta, liberando suco ao ser pressionada. Então, no pequi, a polpa é firme e oleosa, exigindo cozimento para realçar o sabor. 

Já o araticum apresenta polpa cremosa e fibrosa, que derrete na boca. Assim, aromaticamente, a guavira remete a frutas tropicais doces, o pequi lembra notas de castanha e defumado, e o araticum traz leveza cítrica.

Pontos de colheita e conservação

Recolha as frutas maduras diretamente do pé ou do chão, evitando frutos muito expostos ao sol. 

Portanto, para conservação, mantenha em local arejado por até dois dias ou processe em sucos e geleias, garantindo aproveitamento integral e evitando desperdícios.

Int Frutas Do Cerrado
O buriti é uma das frutas típicas do Cerrado.

Quando e onde encontrar as frutas do Cerrado na região de Bonito (MS)?

A sazonalidade das frutas do Cerrado na região ocorre principalmente entre agosto e janeiro, em áreas protegidas e feiras locais. Então, durante a primavera e o início do verão, a precipitação favorece a frutificação de espécies como guavira, pequi e araticum. 

Em Bonito, fazendas de ecoturismo e comunidades tradicionais organizam colheitas guiadas, permitindo conhecer o processo sustentável de coleta. 

Feiras livres da cidade e pequenas agroindústrias expõem frutas in natura, polpas resfriadas e produtos derivados, assim garantindo acesso a quem busca sabores genuínos do bioma.

Sazonalidade das principais espécies

As frutas tendem a ser mais facilmente encontradas nos seguintes períodos:

  • agosto a outubro: pico de guavira e araticum;
  • setembro a dezembro: período ideal para pequi;
  • outubro a janeiro: fase tardia para araticum e preparo de doces.

Entender esse calendário ajuda turistas e moradores a planejar visitas para desfrutar das frutas no melhor estágio de maturação.

Locais de coleta e feiras locais

Em propriedades rurais próximas ao Rio Formoso, guias ambientais conduzem trilhas até pés frutíferos. 

A Feira de Produtos Regionais, realizada semanalmente na Praça da Liberdade, reúne agricultores familiares que vendem frutas frescas e polpas embaladas em sacos térmicos, mantendo sabor e nutrientes.

Quais propriedades nutricionais e benefícios para a saúde?

As frutas do Cerrado são ricas em vitaminas, minerais e compostos bioativos, oferecendo benefícios antioxidantes, anti-inflamatórios e imunomoduladores.

O alto teor de vitamina C presente na guavira fortalece o sistema imunológico e auxilia na produção de colágeno, contribuindo para a saúde da pele e tecidos. 

O pequi, com abundância de carotenoides como beta-caroteno e zeaxantina, protege a visão e combate os efeitos nocivos dos radicais livres. Já o araticum contém fitoquímicos que regulam a glicemia e promovem saciedade, ajudando no controle de peso. 

Esses nutrientes tornam as frutas um complemento valioso para dietas equilibradas e estilos de vida saudáveis.

Vitaminas e minerais predominantes

A seguir, veja quais os principais minerais e vitaminas que podem encontrar nessas frutas.

  • vitaminas: C, A e do complexo B;
  • minerais: potássio, magnésio e ferro.

Esses micronutrientes participam de processos metabólicos essenciais, por exemplo, a regulação da pressão arterial, contração muscular e transporte de oxigênio.

Compostos bioativos e antioxidantes

Flavonoides, taninos e carotenoides atuam na proteção contra estresse oxidativo, assim reduzindo riscos de doenças cardiovasculares e fortalecendo a resposta imune. 

A ingestão regular de frutas do Cerrado pode reduzir marcadores inflamatórios e melhorar parâmetros de saúde em atletas e populações vulneráveis.

Como preparar e degustar as frutas do Cerrado?

Você pode consumir frutas do Cerrado in natura, em sucos, geleias, sorvetes e pratos salgados, explorando sua versatilidade na culinária regional e contemporânea.

A guavira fica deliciosa em sucos refrescantes, batida com água de coco e hortelã, ideal para repor eletrólitos. O pequi, após cozimento breve, enriquece pratos de arroz, moquecas e ensopados, conferindo cremosidade e aroma marcante. 

O araticum, por sua vez, transforma-se em sorvetes artesanais e mousses, quando congelado ou batido com leite condensado. 

Essas preparações valorizam sabores autênticos e promovem experiência sensorial única, dessa forma, conectando o paladar ao patrimônio do Cerrado.

Consumo in natura e higienização

Lave as frutas em água corrente e deixe de molho em solução de hipoclorito diluído por cinco minutos para eliminar resíduos. Portanto, consumir logo após a colheita preserva melhor os nutrientes e o sabor.

Receitas tradicionais e inovadoras

A seguir, confira como pode preparar ou consumir essas frutas:

  • geleia de guavira: ideal para acompanhar pães integrais;
  • arroz com pequi: prato típico que harmoniza com carnes e peixes;
  • sorbet de araticum: refrescante e leve, perfeito para dias quentes.

Essas opções demonstram como as frutas do Cerrado podem enriquecer refeições e atrair turistas em busca de experiências autênticas.

Sucos, sorvetes e doces regionais

Inove combinando polpas de diferentes frutas, como guavira e mangaba, para criar blends exclusivos em sorvetes e smoothies, fortalecendo o apelo gourmet de estabelecimentos locais.

Qual a importância da conservação e do uso sustentável?

A conservação das frutas do Cerrado depende do manejo responsável e de iniciativas de reflorestamento que garantam a perpetuação das espécies nativas. 

Assim, a coleta predatória ameaça populações de árvores frutíferas, reduzindo a regeneração natural e comprometendo animais silvestres que dependem desses frutos. 

Projetos comunitários de recuperação de áreas degradadas e planos de manejo participativo equilibram produção e preservação, assegurando renda às famílias rurais e protegendo a biodiversidade.

Impactos da coleta predatória

A extração indiscriminada pode levar ao declínio populacional de espécies chave, afetando cadeias alimentares e serviços ecossistêmicos, como polinização. Preservar áreas de fímbria e matas ciliares é vital para manter corredores ecológicos.

Iniciativas de reflorestamento e educação ambiental

Organizações locais promovem viveiros de mudas e oficinas com escolas, conscientizando novas gerações sobre o valor das plantas e frutas do Cerrado. Então, essas ações fortalecem a cultura de conservação e garantem futuras colheitas sustentáveis.

Qual a relação entre plantas e frutas do Cerrado?

As espécies arbóreas e arbustivas do Cerrado desempenham papeis ecológicos cruciais ao fornecer alimento para fauna e participar de interações complexas de polinização e dispersão de sementes.

Muitas frutas contam com morcegos, aves e pequenos mamíferos para dispersar suas sementes, ampliando o alcance genético das populações. 

A diversidade vegetal do Cerrado cria nichos específicos, favorecendo adaptações morfológicas que resultam em frutos ricos em nutrientes e sabores exóticos, como observado na guavira e no pequi.

Espécies arbóreas e arbustivas

Entre essas espécie temos:

  • buriti (Mauritia flexuosa): palmácea que produz frutos ricos em vitamina A;
  • mangaba (Hancornia speciosa): arbusto que oferece polpa doce e densa;
  • cagaita (Eugenia dysenterica): pequena árvore com frutos róseos e sabor ácido.

Essas espécies complementam o repertório frutífero do Cerrado, enriquecendo a paisagem e a gastronomia regional.

Interações ecológicas e polinização

Os polinizadores, como abelhas nativas e borboletas, garantem a produção de frutas nas diferentes estações do ano. A manutenção desses agentes é fundamental para o equilíbrio ecológico e para a continuidade da frutificação.


Perguntas e respostas sobre Frutas do Cerrado: os sabores exóticos de Bonito e região

A seguir, confira as principais dúvidas sobre o assunto. 

Quais são as frutas mais nutritivas? 

Pequi e aracaju têm altos teores de carotenoides; guavira é rica em vitamina C.

Posso comer pequi cru? 

Recomenda-se preparo térmico breve para realçar sabor e facilitar a retirada da polpa.

Como conservar as polpas? 

Congele em porções individuais ou faça geleias sem açúcar refinado para prolongar a vida útil.

Existe mercado para produtos regionais? 

Sucos artesanais, geleias e sorvetes ganham espaço em lojas gourmet e exportações.

Como apoiar projetos de conservação? 

Adquira produtos de associações certificadas que praticam coleta sustentável e reflorestamento.

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Autor: Luciana Garcia

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